Fique atento aos erros de português mais cometidos e evite reproduzi-los nas suas traduções, pois eles colocam sua credibilidade em risco.
Quem trabalha com tradução está sujeito a cometer erros de português, os quais chamam atenção negativamente e colocam a qualidade do seu trabalho em risco.
A melhor forma de evitá-los é fazer uma boa revisão do seu texto antes de enviá-lo ao seu cliente. Além disso, conhecer os erros mais comuns é um bom jeito para que você fique mais atento e esteja sempre consciente sobre qual forma deverá adotar na sua escrita.
Conheça os erros de português mais frequentes e saiba como evitá-los.
1. Os porquês
O uso dos porquês sempre é motivo de dúvidas, afinal, são expressões muito parecidas que são utilizadas em ocasiões semelhantes e que podem gerar bastante confusão na hora da escrita. A melhor forma para utilizar os porquês corretamente e evitar erros de português é entendendo a natureza de cada um e verificar se eles podem ser substituídos por determinadas expressões.
“Porque”: trata-se de uma conjunção causal ou explicativa, ou seja, introduz uma oração que traz uma explicação ou uma causa para um fato exposto anteriormente.
Exemplos:
Saí mais cedo de casa porque não queria me atrasar.
As metas foram alcançadas porque todos trabalharam incessantemente.
Para verificar se o uso está correto, tente substituir a conjunção “porque” por “uma vez que” ou por “pois”. Se não der certo com nenhuma delas, provavelmente a escolha está errada.
“Por que”: trata-se da junção da preposição “por” com pronome interrogativo ou indefinido “que”. Sempre aprendemos que essa expressão deve ser utilizada para fazer perguntas – essa informação é verdadeira, mas tenha em mente que ela também pode ser utilizada em frases afirmativas ou negativas.
Exemplos:
Por que você saiu mais cedo de casa?
Saiba por que o grupo se saiu tão bem nas vendas de final de ano.
Não sei por que ele ficou tão chateado.
A dica para verificar se o uso está correto é tentar substituir o “por que” por “por que motivo”. Se for possível, a escolha está correta.
“Porquê”: corresponde a um substantivo com significado de “o motivo” ou “a razão”, podendo inclusive ser substituído por esses termos. Essa expressão sempre deverá ser acompanhada por artigo, pronome, adjetivo ou número.
Exemplos:
Não tem um porquê específico para ele estar chateado.
Nunca vou saber o porquê de ela ter me dado esse presente.
“Por quê”: deve ser utilizado quando aparecer antes de um ponto final, de interrogação ou de exclamação, e puder ser substituído por “por que motivo” ou “por que razão”.
Exemplos:
Você não gostou do filme? Por quê?
O juiz tomou essa decisão e nós jamais vamos entender por quê.
2. Crase (acento grave)
O uso equivocado do acento grave (popularmente chamado de “crase”) antes de verbos ou de substantivos no masculino, ou mesmo a sua ausência em ocasiões nas quais o acento deveria estar presente, são erros bastante comuns.
O termo “crase” significa “fusão” e consiste no fenômeno que acontece quando duas vogais iguais se juntam, representado pelo acento grave. Em português, ela é formada com a junção da preposição “a” com o artigo feminino definido “a”, resultando em “à”.
Para verificar se determinado “a” deve levar o acento grave, você pode fazer esses dois testes:
a) Troque o termo feminino por um termo masculino, respeitando o plural ou o singular. Se for necessário usar as formas “ao” ou “aos” para acompanhar o termo masculino, você deverá usar o acento grave.
Exemplos:
Sem acento grave: Estou acessando a internet. / Estou acessando o documento.
Com acento grave: A professora se referiu à aluna. / A professora se referiu ao aluno.
b) Tente trocar o “à” por uma preposição seguida pelo artigo “a” (“para a”, “na”, “pela” ou “da”, por exemplo). Se for possível, a crase deve existir.
Exemplos:
Sem acento grave: Fui a São Paulo resolver algumas pendências. / Fui para São Paulo resolver algumas pendências.
Com acento grave: O aluno entregou a homenagem à professora. / O aluno entregou a homenagem para a professora.
3. Onde
Alguns erros de português muito comuns dizem respeito ao uso do termo “onde”, o qual se tornou uma “muleta” na comunicação e é empregado em diversas ocasiões que em nada estão relacionadas com seu uso correto.
De acordo com a regra, a palavra “onde” só pode ser utilizada quando se referir a um lugar, podendo ser substituída por “lugar em que”. Se essa substituição não for possível, o termo “onde” não deverá ser utilizado.
Exemplos de usos incorretos:
Fez um discurso onde todos se emocionaram.
A vitória ocorreu em 1994, onde Dunga era o capitão da Seleção Brasileira de Futebol.
Exemplos de usos corretos:
Essa é a cidade onde eu nasci.
Neil Armstrong pousou na Lua, onde fincou uma bandeira dos EUA.
4. Mesmo
“Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Quando você se deparar com esse aviso novamente, saiba que ele é um dos erros de português mais comuns da atualidade.
De acordo com a gramática da língua portuguesa, o pronome demonstrativo “mesmo” não deve ser utilizado como pronome pessoal. Esse é justamente o caso da frase do elevador: a palavra “mesmo” está sendo empregada como “ele” (“verifique se ele encontra-se parado neste andar”) e, portanto, está errada.
Esse erro acontece porque muitas pessoas pensam que os pronomes pessoais “ele” e “ela” são muito coloquiais e utilizam “o mesmo” ou “a mesma” para evitar a repetição do sujeito.
Observe alguns usos corretos desse termo:
Valor reforçativo: Eu mesmo vou terminar essa tarefa.
Oração subordinada adverbial concessiva: Mesmo cuidando da alimentação, ele engordou 2 kg no feriado.
Uso como advérbio, com significado de “até” ou “ainda”: O acordo será fechado hoje mesmo.
5. Trás x traz
As duas palavras estão corretas, mas cada uma é empregada em uma situação diferente. “Trás” é um advérbio de lugar e deve ser utilizado para indicar uma posição posterior. “Traz” é uma das conjugações do verbo “trazer”.
Exemplos:
As mãos devem ser colocadas para trás nesse momento.
Siga seu caminho sem olhar para trás.
Aquele é o senhor que nos traz bolo todos os dias.
O inverno traz algumas doenças respiratórias, como os resfriados.
6. Haver x a ver
Por soarem exatamente iguais, essas duas expressões são confundidas frequentemente na escrita, embora seus usos sejam completamente distintos. “Haver” é um verbo e “a ver” é uma expressão que significa “ter relação com alguma coisa”.
Ou seja, quando você quiser dizer que uma coisa combina ou não com outra, você deverá escolher a forma “a ver”.
Exemplos:
Eles têm tudo a ver e formam um lindo casal.
Essa blusa não tem nada a ver com a minha personalidade.
7. Anexo x em anexo
Esse é um erro de português bastante comum no ambiente de trabalho. Quando enviamos um arquivo por e-mail, devemos dizer que ele segue “anexo”, não “em anexo”.
Além disso, sempre devemos nos lembrar de fazer a concordância adequada de gênero e número, pois “anexo” se trata de um adjetivo.
Exemplos:
Os documentos seguem anexos.
Estou enviando as notas fiscais anexas.
Segue anexo o relatório.
Ele se esqueceu de enviar a folha de pagamento anexa.
Quando precisar de um serviço de tradução, procure por uma empresa de qualidade. A Fidelity Translations está de pronto atendimento para atendê-lo da melhor forma.